quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Marcas de um amor eterno

 "Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim...". "...Que feridas são essas nas tuas mãos?... São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos."

"... Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido."


(Is 49:16; Zc 13:6; Is 53:8)


Uma pequena menina certa vez falou a sua mãe: “Por que você é tão feia, mamãe? A tia Maria é tão bela!”. “Venha aqui, minha querida, e lhe direi por quê”, disse a boa mãe. Era realmente um segredo, mas agora ele devia ser revelado. Era verdade que a querida mãe carregava sobre a sua face algumas cicatrizes terrivelmente desfigurantes que tinha adquirido havia anos, quando a pequena menina em questão era bebê. Sua casa começou a pegar fogo enquanto estava visitando uma vizinha. A mãe correu para casa consternada, pois a sua pequena menina ainda bebê estava em seu quarto. Sem pensar em sua própria segurança, ela mergulhou nas chamas e foi capaz de salvar seu bebê. Contudo, não foi sem um grande preço. Ela foi horrivelmente queimada e levaria até o dia da sua morte as marcas da sua devoção. Pode-se imaginar o efeito dessa história sobre o espírito daquela criança quando a sua boa mãe lhe contou quanto lhe custou salvar a sua pequena. “Mamãe”, ela gritou, “você é a pessoa mais bela do mundo!”. Quão obedientemente ela deve ter andado; quão ternamente, quão amorosamente ela deve ter sempre se comportado depois disso em relação a sua querida mãe. Ah! Aquelas cicatrizes agora se transformaram, quanto elas diziam! Certamente, tal devoção não poderia ser nada mais do que uma gota comparada com o oceano de dor do Calvário. “O pecado do mundo!” Um mundo em chamas... Há muitas coisas a respeito do Calvário que são repulsivas, por que negar esse fato? O profeta não negou. “Os homens escondiam o rosto, era desprezado” (Is 53.3). “Sua aparência estava tão desfigurada” (Is 52.14). Mas, oh, era porque “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”. O céu, por todas as eras por virem, revelará as suas glórias – suas canções serão cantadas, sua vida será vivida à sombra de um grande madeiro, o madeiro do Gólgota.

 (F. J. Huegel)