domingo, 25 de outubro de 2020

ACEITOS EM CRISTO JESUS, O AMADO DE DEUS

 

 

"E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação…Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus... No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça... " (Lv 1.4 ; 2 Co 5.21; Ef 1.7; )

 

A nossa Posição Espiritual é Resultado da Obra na Cruz de Cristo. A união do crente com Cristo é vital, orgânica, indissolúvel e é a causa da promoção das bênçãos decorrentes do Evangelho da graça. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor…”(Ef 1.3-4)

Então a Escritura Sagrada nos informa que Cristo tomou o nosso lugar na cruz como nosso substituto para levar sobre Si mesmo o pecado e promover a nossa salvação. Ele nos atraiu a Si mesmo quando foi levantado na cruz para que, por sua morte, fôssemos libertos de Adão e todas as suas consequências da queda, a fim de sermos participantes da Sua vida ressurreta com todas as bênçãos decorrentes da salvação.

“Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição... E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (Rm 6.5; 2 Co 5.17)

Sermos libertos de Adão - do pecado, do mundo, de nós mesmos, da carne, da morte, do malígno e de toda a sua pretensão sobre nós -,  e sermos introduzidos no reino do Filho do amor de Deus é obra exclusiva da graça soberana de Deus Pai. 

A fé lança mão daquilo que Cristo fez e o que Ele se tornou para nós. Esse é o fundamento da nossa comunhão, segurança e paz duradoura e eterna. 

Cristo é o nosso alimento. Disse-lhe Ele: “Eu sou o pão da vida… Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá. Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.” (Jo 6:48,54-58)

 

Existem inúmeros versos da Escritura Sagrada que nos mostram o que Deus fez por nós através da morte e ressurreição de Jesus. Alguns exemplos que devem ser considerados por momento são João 12:32; Romanos 6:6,7; Efésios 2:6, (etc..). “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo…sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado...e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus.”

Como consequência dessa nossa união na crucificação, morte, ressurreição, ascensão de Cristo e recebimento do Seu Espírito, recebemos sua vida e agora temo-Lo como nossa porção pela fé. O verso da primeira epístola aos Coríntios é categórica e resume o que temos declarado acima: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção.” (1º Co 1:30).

 

Prezado amigo, haveis sido induzido a descansar sobre este santo e feliz Fundamento?

O que significava o pecador colocar a sua mão sobre o holocausto para que ele fosse aceito a favor dele para sua expiação?

Assim considerou C.H.Mackintosh: “O ato da imposição das mãos exprimia completa identificação. Por este ato significativo o oferente e a oferta tornavam-se um; e esta unidade, no caso do holocausto, assegurava ao oferente que a sua oferta era aceite. A aplicação deste fato a Cristo e ao crente realça uma verdade das mais preciosas, uma das mais largamente desenroladas no Novo Testamento, a saber: a identificação eterna do crente com Cristo e a sua aceitação em Cristo:"... qual ele é, somos nós também neste mundo... No que é verdadeiro estamos."(l Jo 4:17;5:20). Nada menos do que isto nos podia aproveitar. O homem que não está em Cristo está nos seus pecados. Não há terreno neutro. Ou havemos de estar em Cristo ou fora d'Ele. Não se pode estar parcialmente em Cristo. Ainda que seja apenas a espessura de um cabelo que se interponha entre vós e Cristo, estais num estado positivo de ira e condenação. Pelo contrário, se estais n'Ele, então sois "qual ele é" perante Deus, e assim considerados na presença da santidade infinita. Tal é o ensino claro da Palavra de Deus. "Estais perfeitos nele", sois "membros do seu corpo", da Sua carne e dos Seus ossos, "agradáveis" a Deus "no amado", porque "o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito" (1 Co 6:17; Ef 1:6; 5:20, C12:20). Ora, não é possível que a Cabeça esteja num grau de aceitação e os membros noutro. Não; a Cabeça e os membros são um. Deus considera-os um; e, portanto, são um. Esta verdade é, ao mesmo tempo, o fundamento da mais elevada confiança e da mais profunda humildade. Dá-nos a mais completa segurança "para que no dia do juízo tenhamos confiança" (1 Jo 4:17), visto que não é possível haver qualquer acusação contra Aquele com quem estamos unidos. Dá-nos uma profunda impressão da nossa própria nulidade, visto que a nossa união com Cristo é baseada na morte da velha natureza e na abolição total de todos os seus direitos e pretensões. Visto que, portanto, a Cabeça e os membros são considerados na mesma posição de infinito favor e aceitação perante Deus, é evidente que todos os membros têm uma mesma aceitação, uma mesma salvação, a mesma vida e uma mesma justiça. Não há graus diferentes na justificação. O recém-nascido em Cristo e o crente de cinquenta anos estão no mesmo plano de justificação. Um está em Cristo, e o outro também; e assim como estar em Cristo é a única base de vida, também o é de justificação. Não há duas espécies de vida nem duas espécies de justificação. Não há dúvida que existem diversos graus de gozo desta justificação — vários graus no conhecimento da sua plenitude e extensão — vários graus na capacidade de mostrar o seu poder sobre o coração e a vida; e estas coisas são frequentemente confundidas com a própria justificação, a qual, sendo divina, é, necessariamente, eterna, absoluta, invariável, e não pode ser afetada pela flutuação dos sentimentos ou experiências humanas. Mas, além disso, não há progresso na justificação. O crente não está mais justificado hoje do que estava ontem; nem estará mais justificado amanhã do que está hoje. Sim, a alma que "está em Cristo Jesus" está tão completamente justificada como se estivesse diante do trono de Deus. O crente é "perfeito em Cristo". É "como" Cristo. Está, sobre a própria autoridade de Cristo, "todo limpo" (Jo 13:10). Que mais poderia esperar ser deste lado da glória ? Pode fazer e fará — se andar em Espírito — progresso no gozo desta gloriosa realidade; mas, quanto à própria justificação, no momento em que, pelo poder do Espírito Santo, creu o evangelho, passou de um estado positivo de injustiça e condenação para um estado positivo de justiça e aceitação. Tudo isto se baseia na perfeição divina da obra de Cristo; precisamente como no caso do holocausto, em que a aceitação do adorador era baseada na aceitação da oferta. Não era uma questão de saber o que ele era, mas simplesmente do que era o sacrifício. "Para que seja aceito por ele, para a sua expiação."”

 

 

Sabeis que a questão do vosso pecado foi para sempre arrumada"? Você crê no que diz a Escritura? “Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado…carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.”(Rm 6:6,7 ; 1Pe 2:24)

 

Haveis posto, mediante a fé, a vossa mão sobre a cabeça da vítima do sacrifício de expiação?    Aqui jáz a Identificação do Adorador com o Holocausto: "E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito por ele, para a sua expiação." O que isto significa no contexto da nova aliança? "Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus." (2 Co 5:21). Aleluia! 

Ele tomou a nossa posição com todas as suas consequências para que nós pudéssemos ter a Sua com todas as suas consequências. Foi tratado como pecado sobre a cruz para que nós pudéssemos ser tratados como justiça na presença da santidade infinita. Foi retirado da presença de Deus porque tinha pecado sobre Si, por imputação, para que nós pudéssemos ser recebidos na casa de Deus e em Seu seio, porque, por imputação, temos uma perfeita justiça. Teve de suportar a invisibilidade do semblante de Deus para que nós pudéssemos gozar da luz desse semblante. Teve de passar três horas de trevas para que nós pudéssemos andar na luz eterna. Foi desamparado por Deus por um tempo, para que nós pudéssemos gozar a Sua presença para sempre. Tudo que nos era imposto, como pecadores arruinados, foi posto sobre Si para que tudo que Lhe era devido, como Realizador da redenção, pudesse ser nosso. Tudo foi contra Si quando foi pendurado no madeiro de maldição para que nada pudesse haver contra nós. Identificou-se conosco, na realidade da morte e do juízo, para que nós pudéssemos ser identificados consigo, na realidade da vida e justiça. Bebeu o cálice da ira — o cálice do terror— para que nós pudéssemos beber o cálice da salvação — o cálice do favor infinito. Foi tratado conforme os nossos méritos para que nós pudéssemos ser tratados segundo os Seus. 

 

Haveis visto o sangue expiatório de Jesus tirar toda a vossa culpa e arrojá-la às

águas do esquecimento de Deus? “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis”. (Cl 1:21-22)

 

A justiça Divina tem ainda alguma coisa contra vós? Crês no que o Senhor realizou pelo Seu povo? “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus... Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.(Rm 8:1,5:1)

 

Estais livre do pavor inexprimível de uma consciência culpada? Lembre-se, o justo foi tratado como injusto; o injusto foi aceito no justo."Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus...muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" (1 Pe 3:18; Hb 9:14).

 

Não vos entregueis ao repouso, rogo-vos, antes de poderdes dar uma

resposta feliz às interrogações supracitadas. Ficai certo de que é privilégio

ditoso até do mais fraco crente em Cristo regozijar-se na plena e

eterna remissão dos seus pecados, com base numa expiação

efetuada. É declaração divina pela Sua graça plena em Cristo Jesus palavras tais como: " E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malígnas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante Ele santos, inculpáveis e irreprensíveis." (Cl 1:21-22)

Qual é a nossa garantia celestial? O Cordeiro de Deus! Ele foi entregue e ressuscitado para nossa completa justificação. “o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.” (Rm 4.25). 

Os nossos pecados levaram Cristo à cruz; mas Ele leva-nos a Deus. E se Ele nos leva a Deus é por Sua própria aceitabilidade como ressuscitado de entre os mortos, havendo tirado os nossos pecados, segundo a perfeição da Sua obra. Ele levou os nossos pecados para longe do santuário de Deus a fim de nos poder trazer perto, até mesmo ao lugar santíssimo, em inteira confiança de coração, tendo a consciência purificada de toda a mancha de pecado pelo Seu precioso sangue.

 

Por isso, se alguém ensina outra coisa, rebaixa o sacrifício de Cristo ao nível de "bodes e bezerros". Se não podemos saber que os nossos pecados estão perdoados, então onde estão

as boas novas do evangelho? Um cristão não está em melhores circunstâncias, quanto ao sacrifício de expiação, do que um judeu? Este tinha o privilégio de saber que os seus interesses estavam assegurados por um ano por meio do sangue de um sacrifício

anual. Aquele não pode ter nenhuma certeza? Decerto que pode.

Pois bem, se há alguma certeza tem de ser eterna, visto que descansa sobre um sacrifício eterno.

Isto e isto somente é o fundamento de adoração. A segurança perfeita do perdão do pecado produz não um espírito de confiança própria, mas um espírito de louvor, gratidão e adoração. Produz, não um espírito de complacência própria, mas de gratidão pela complacência de Cristo, que, bendito seja Deus, é o espírito que há - de caracterizar os remidos por toda a eternidade. Não nos induz alguém a fazer pouco caso do pecado, mas a pensar na graça que

o perdoou perfeitamente, do sangue que o cancelou inteiramente. É impossível que alguém possa contemplar a cruz — possa ver o lugar que Cristo tomou e meditar nos sofrimentos —, e ponderar sobre essas três horas terríveis de trevas e, ao mesmo tempo, olhar o pecado como coisa sem importância. Quando todas estas coisas são compreendidas, no poder do Espírito Santo, devem seguir-se dois resultados, a saber, horror do pecado, sob todas as suas

formas, e amor verdadeiro por Cristo, o Seu povo e a Sua causa.(...)

Deus mesmo fez a paz e isto é bastante para a fé; e, portanto, pela fé temos comunhão com Deus, no conhecimento e gozo da redenção efetuada. Provamos a frescura do próprio gozo de Deus naquilo que Ele fez. Alimentamo-nos de Cristo em toda a plenitude e bem-aventurança da presença de Deus.

 

(Levi Cândido / C. H. Mackintosh)